Sempre vi a escrita como uma forma de tocar o outro. Desde os tempos do rádio, quando a minha voz atravessava o ar até chegar a ouvintes desconhecidos, percebi que a palavra tem poder. Mas com a música… ah, com a música, o toque é mais fundo.
Quando componho, não procuro o verso perfeito. Procuro a verdade. Aquela que mora no silêncio entre uma lembrança e outra. Aquela que se revela só quando paro para escutar o que senti — e não o que pensei.
Cada música que escrevo tem uma origem diferente: uma conversa esquecida, um lugar que já não existe, um amor que ficou em pausa. Mas todas têm algo em comum: o desejo de criar uma ponte.
Uma ponte entre mim e ti.
Uma ponte entre o que fui e o que sou.
Uma ponte entre a dor e a beleza que nasce dela.
Por isso, se alguma letra te tocar, se algum acorde ecoar dentro de ti… não é por acaso.
Talvez, afinal, o universo esteja mesmo a escrever esta história connosco.